A Bíblia Católica Tem Quantos Livros?

A Bíblia é um dos livros mais influentes da história da humanidade, servindo como fundamento da fé cristã em suas diversas vertentes. No entanto, muitas pessoas não sabem que há diferenças entre a Bíblia Católica e a Bíblia Evangélica, especialmente no que diz respeito à quantidade de livros que cada uma possui. Essa variação levanta questões importantes sobre a formação das Escrituras e como diferentes tradições cristãs interpretam a Palavra de Deus ao longo dos séculos.

Entre as perguntas mais comuns sobre o assunto, está a seguinte: a Bíblia Católica tem quantos livros? Além disso, surge a dúvida sobre quais livros foram adicionados ou retirados ao longo do tempo e por quais motivos isso aconteceu. Esse tema pode parecer complexo à primeira vista, mas compreendê-lo é essencial para quem deseja aprofundar seus estudos bíblicos e entender como se desenvolveu o Cânon das Escrituras.

Neste artigo, vamos responder de forma clara e detalhada quantos livros há na Bíblia Católica, por que existem diferenças em relação à Bíblia Protestante, quais são os sete livros a mais presentes na edição católica e os impactos históricos e teológicos dessa variação. Você descobrirá as razões por trás dessas mudanças e entenderá como essa distinção moldou o cristianismo ao longo dos séculos.

Quantos Livros Tem a Bíblia Católica?

A Bíblia Católica contém 73 livros, divididos entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento. O Antigo Testamento possui 46 livros, enquanto o Novo Testamento contém 27 livros, totalizando essa quantidade. A versão protestante, por outro lado, conta com apenas 66 livros, pois exclui sete livros do Antigo Testamento que são considerados canônicos pela Igreja Católica.

Essa distinção não é apenas numérica, mas também teológica e histórica. A presença ou ausência desses livros influencia diretamente a interpretação de certas doutrinas e a forma como diferentes tradições cristãs abordam temas fundamentais da fé. Por isso, ao estudar as Escrituras, é fundamental compreender qual versão da Bíblia está sendo utilizada e quais critérios foram adotados para definir os livros que a compõem.

A exclusão dos livros da Bíblia Protestante aconteceu no século XVI, durante a Reforma Protestante. Os reformadores decidiram remover certos textos por razões teológicas e históricas, baseando-se no Cânon Hebraico, que não incluía os chamados livros deuterocanônicos. Essa decisão gerou um debate que se estende até os dias de hoje, levando estudiosos e religiosos a questionarem qual versão da Bíblia é a mais autêntica.

Para facilitar a compreensão, veja a tabela comparativa abaixo:

Tradição CristãAntigo TestamentoNovo TestamentoTotal de Livros
Bíblia Católica462773
Bíblia Protestante392766

Agora que sabemos quantos livros a Bíblia Católica tem, é importante entender quais são os livros que foram excluídos na tradição protestante e por que isso ocorreu.

Quais São os 7 Livros a Mais da Igreja Católica?

Os sete livros que fazem parte da Bíblia Católica, mas estão ausentes na Bíblia Protestante, são conhecidos como livros deuterocanônicos. Esse termo significa “segundo Cânon” e foi adotado pela Igreja Católica para diferenciar esses livros dos chamados protocanônicos, que sempre foram aceitos por todos os cristãos.

Os sete livros deuterocanônicos são:

  1. Tobias
  2. Judite
  3. Sabedoria
  4. Eclesiástico (ou Sirácida)
  5. Baruque
  6. 1 Macabeus
  7. 2 Macabeus

Além desses, há trechos adicionais nos livros de Daniel e Ester na versão católica, que também foram removidos da Bíblia Protestante. Esses acréscimos fazem parte da tradição cristã desde os primeiros séculos e foram amplamente utilizados pelos primeiros cristãos.

A presença desses livros na Bíblia Católica está diretamente ligada à Septuaginta, uma tradução do Antigo Testamento para o grego, que era amplamente usada na época de Jesus e dos apóstolos. Muitos desses textos eram citados nas pregações e nos escritos dos primeiros cristãos, o que reforçou sua aceitação pela Igreja.

No entanto, durante a Reforma Protestante, os reformadores adotaram o Cânon Hebraico, que não incluía esses livros. Isso levou à sua exclusão da Bíblia Protestante, gerando um debate sobre qual versão da Bíblia é mais fiel aos textos originais.

Por Que a Bíblia Católica Tem 7 Livros a Mais do Que a Evangélica?

A razão pela qual a Bíblia Católica contém sete livros a mais do que a Bíblia Protestante remonta à forma como o Cânon Bíblico foi formado. A Igreja Católica reconhece como Escrituras inspiradas os livros que estavam na Septuaginta, uma tradução do Antigo Testamento feita para o grego no século III a.C. Essa versão foi amplamente usada pelos judeus da época de Jesus e pelos primeiros cristãos.

A Septuaginta incluía os sete livros deuterocanônicos, além de trechos adicionais em Ester e Daniel. Como os apóstolos e os primeiros cristãos utilizavam essa versão, a Igreja primitiva os manteve como parte das Escrituras Sagradas. No século IV, no Concílio de Hipona (393 d.C.) e no Concílio de Cartago (397 d.C.), a Igreja confirmou esse Cânon, que mais tarde seria reafirmado no Concílio de Trento (1546).

A Reforma Protestante, liderada por Martinho Lutero no século XVI, questionou a autoridade da Igreja sobre a definição do Cânon. Lutero optou por seguir o Cânon Hebraico, que não incluía os livros deuterocanônicos. Esse Cânon Hebraico foi consolidado pelos rabinos judeus no Concílio de Jâmnia (90 d.C.), quando os judeus definiram quais livros fariam parte de sua Bíblia. Essa decisão excluiu os textos que não haviam sido escritos originalmente em hebraico, incluindo os deuterocanônicos.

Com essa decisão, as Bíblias protestantes passaram a ter apenas 66 livros, enquanto a Bíblia Católica manteve os 73 livros tradicionais, considerados inspirados pela Igreja desde os primeiros séculos.

Por Que os Evangélicos Tiraram 7 Livros da Bíblia?

A exclusão dos livros deuterocanônicos da Bíblia Protestante foi uma escolha teológica e histórica dos reformadores do século XVI. Martinho Lutero e outros líderes protestantes basearam-se no Cânon Hebraico, que não incluía esses livros, e decidiram seguir essa tradição.

Lutero também argumentava que alguns desses livros contrariavam certas doutrinas protestantes, como o Purgatório e a intercessão pelos mortos, temas presentes nos livros de Macabeus e Sabedoria. Isso levou à sua exclusão das novas traduções da Bíblia feitas pelos reformadores.

Além de remover os sete livros do Antigo Testamento, Lutero também tentou excluir alguns livros do Novo Testamento, como Hebreus, Tiago, Judas e Apocalipse, por considerá-los menos alinhados à teologia protestante. No entanto, sua proposta foi rejeitada por outros reformadores, e esses livros permaneceram na Bíblia Protestante.

Dessa forma, a decisão de retirar os livros deuterocanônicos não foi uma simples questão de número, mas uma mudança significativa na forma como as Escrituras foram organizadas e interpretadas nas diferentes tradições cristãs. Isso reforça a importância de compreender a história da formação da Bíblia e as razões por trás dessas diferenças.

Qual a Diferença Entre a Bíblia Evangélica e a Bíblia Católica?

A principal diferença entre a Bíblia Católica e a Bíblia Evangélica é o número de livros no Antigo Testamento. Enquanto a versão católica contém 73 livros, a protestante tem 66, devido à exclusão dos sete livros deuterocanônicos durante a Reforma Protestante. Isso impacta diretamente a teologia e a forma como cada tradição cristã interpreta certos temas fundamentais da fé.

Além da quantidade de livros, há diferenças significativas nas traduções e interpretações das Escrituras. A Igreja Católica baseia-se na Septuaginta, uma antiga tradução grega do Antigo Testamento amplamente usada na época de Jesus e dos apóstolos. Já os evangélicos adotam o Cânon Hebraico, que exclui os livros deuterocanônicos e se alinha à versão da Bíblia utilizada pelos judeus após o Concílio de Jâmnia (90 d.C.).

Outro ponto de distinção está na liturgia e no uso das Escrituras. A Igreja Católica incorpora leituras do Antigo e do Novo Testamento nas missas e utiliza a Tradição Apostólica para interpretar os textos sagrados. Os evangélicos, por sua vez, enfatizam o conceito de Sola Scriptura, defendendo que a Bíblia é a única autoridade para a fé e a prática cristã. Essas diferenças explicam por que certas doutrinas, como a crença no purgatório e a intercessão dos santos, são aceitas pelos católicos e rejeitadas pelos protestantes.

Qual é a Bíblia Mais Correta?

A pergunta sobre qual Bíblia é a mais correta depende do ponto de vista teológico e histórico de cada tradição cristã. Para a Igreja Católica, a Bíblia com 73 livros é a versão mais autêntica, pois mantém todos os livros utilizados pelos primeiros cristãos e reconhecidos pelos concílios eclesiásticos ao longo da história.

Por outro lado, os protestantes consideram que a Bíblia com 66 livros é mais fiel ao Cânon Hebraico, que não inclui os deuterocanônicos. Essa versão foi adotada pelos reformadores do século XVI, que rejeitaram os livros que não faziam parte do Cânon Judaico tradicional. Essa escolha foi baseada na crença de que apenas os textos originalmente escritos em hebraico e reconhecidos pelos judeus deveriam ser considerados inspirados.

No entanto, do ponto de vista histórico, os primeiros cristãos utilizavam a Septuaginta, que continha os sete livros excluídos pelos reformadores. Isso significa que a versão católica da Bíblia reflete mais fielmente o uso das Escrituras na Igreja primitiva. Assim, para quem busca uma visão mais abrangente da tradição cristã, a Bíblia Católica pode ser considerada mais completa.

Qual a Bíblia Original?

A Bíblia original foi escrita em três línguas principais: hebraico, aramaico e grego. O Antigo Testamento foi predominantemente escrito em hebraico, com alguns trechos em aramaico, enquanto o Novo Testamento foi redigido inteiramente em grego koiné, a língua comum do Império Romano no século I d.C.

Os manuscritos mais antigos da Bíblia incluem os Manuscritos do Mar Morto, descobertos em 1947, que contêm partes do Antigo Testamento em hebraico. Já os textos do Novo Testamento foram preservados em códices como o Códice Sinaítico, o Códice Vaticano e o Códice Alexandrino, datados dos séculos IV e V. Essas cópias são as mais próximas dos escritos originais, embora nenhum manuscrito original tenha sobrevivido até os dias de hoje.

Dessa forma, nenhuma tradução moderna pode ser considerada “a Bíblia original”, mas algumas versões são mais fiéis aos manuscritos antigos. As traduções diretas dos textos originais, como a Bíblia de Jerusalém e a Nova Almeida Atualizada, são altamente precisas. O estudo da origem das Escrituras é fundamental para compreender como os textos foram preservados e transmitidos ao longo dos séculos.

Quais Livros Lutero Tirou da Bíblia?

Martinho Lutero, líder da Reforma Protestante, removeu sete livros do Antigo Testamento da Bíblia. Esses livros, conhecidos como deuterocanônicos, são:

  • Tobias
  • Judite
  • Sabedoria
  • Eclesiástico
  • Baruque
  • 1 Macabeus
  • 2 Macabeus

Além disso, Lutero tentou remover quatro livros do Novo Testamento: Hebreus, Tiago, Judas e Apocalipse. Ele questionava a autenticidade desses textos e acreditava que algumas passagens contradiziam suas doutrinas, como a salvação pela fé somente. No entanto, sua tentativa não foi aceita por todos os reformadores, e esses livros acabaram permanecendo na Bíblia Protestante.

A decisão de Lutero de excluir os livros deuterocanônicos foi baseada no fato de que eles não estavam no Cânon Hebraico e continham ensinamentos que contradiziam algumas ideias centrais do protestantismo, como a oração pelos mortos e a intercessão dos santos. Essa mudança foi um dos principais fatores que marcaram a separação entre a Bíblia Católica e a Bíblia Protestante, estabelecendo a diferença de número de livros entre as duas versões.

Por Que Alguns Livros Não Foram Aceitos Pelas Igrejas Evangélicas?

As igrejas evangélicas rejeitam os livros deuterocanônicos porque seguem o Cânon Hebraico, que excluiu esses textos por volta do século I d.C. Além disso, durante a Reforma Protestante, Lutero e outros reformadores decidiram não considerá-los inspirados, alegando que não haviam sido escritos em hebraico e não eram citados diretamente no Novo Testamento.

Outro motivo para a rejeição desses livros está relacionado à doutrina. Muitos reformadores acreditavam que os deuterocanônicos continham ensinamentos que não estavam alinhados com a teologia protestante, como o conceito de purgatório (presente em 2 Macabeus 12:45) e a importância das boas obras para a salvação (Eclesiástico 15:11-20). Essas crenças eram rejeitadas pelos reformadores, que defendiam a ideia da salvação exclusivamente pela fé, sem a necessidade de obras.

Além dos livros deuterocanônicos, existem também os chamados evangelhos apócrifos, que nunca foram aceitos nem pela Igreja Católica nem pelas igrejas protestantes. Esses textos, como o Evangelho de Tomé e o Evangelho de Judas, foram escritos por comunidades cristãs primitivas, mas não foram reconhecidos como inspirados por falta de autenticidade e contradições com os textos canônicos.

Conclusão

A Bíblia Católica tem 73 livros, enquanto a Bíblia Protestante tem 66. Essa diferença surgiu na Reforma Protestante, quando Martinho Lutero removeu sete livros do Antigo Testamento, adotando o Cânon Hebraico como referência. A Igreja Católica, por outro lado, manteve a versão utilizada pelos primeiros cristãos, baseada na Septuaginta, que incluía os livros deuterocanônicos.

A escolha entre a Bíblia Católica e a Bíblia Protestante não deve ser feita apenas com base na quantidade de livros, mas sim na compreensão da história e da tradição de cada versão. O estudo das Escrituras é fundamental para que cada cristão possa aprofundar seu conhecimento e sua fé, independentemente da tradição religiosa a que pertença.

Se você deseja escolher a melhor Bíblia para seu estudo, é essencial verificar qual versão contém todos os livros que foram historicamente aceitos pela Igreja primitiva. Dessa forma, você poderá compreender melhor o contexto das Escrituras e aprofundar seu conhecimento sobre a Palavra de Deus.

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